domingo, 26 de setembro de 2010

Como é o financiamento da Educação no Brasil?

1. Quem paga a conta da Educação pública no Brasil?

Entre 2000 e 2007, último ano com dados disponíveis no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), entidade responsável pelo levantamento, a proporção de quem arca com os gastos tem se mantido mais ou menos inalterada: a União responde por cerca de 18% do total dos recursos da Educação, os estados e o Distrito Federal por 42% e os municípios pelos 40% restantes. O dinheiro que abastece a Educação deriva de duas fontes principais. A primeira, responsável por cerca de 20% do total de verbas, é o salário-educação, uma contribuição social feita pelas empresas ao governo com valor correspondente a 2,5% da folha de pagamento anual. Os outros 80% vêm dos impostos, que são convertidos em orçamento municipal, estadual ou federal. O passo seguinte, o repasse às escolas, é regulado pela Constituição brasileira por meio de uma regra pouco encontrada em outros países. É a chamada "vinculação de recursos", que determina um percentual mínimo do orçamento a ser investido em Educação. Para estados e municípios, esse valor é de 25%. Para a União, 18%. Mesmo com essa lei, de acordo com os dados do Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope), cinco estados (Mato Grosso, Paraíba, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe) e pelo menos 165 municípios, a maioria de pequeno porte, investiram em 2008 um percentual inferior ao piso.



2. Qual o destino dos recursos arrecadados?

A resposta vai depender do critério adotado. Confira as possibilidades:



Tipo de despesa Nesse caso, a maior parte dos recursos (cerca de 60% do total) é consumida pelo pagamento de gestores, professores e funcionários. Outros 27% são destinados à manutenção e ao funcionamento das instituições de ensino, 6,6% para reformas e construções de novas escolas, 6% para os chamados encargos sociais (contribuições previdenciárias e trabalhistas) e apenas 0,4% na área de pesquisa e desenvolvimento.



Nível de ensino A Educação Básica abocanha a maior parte do bolo - 84,5%, sendo 64% para o Ensino Fundamental, 13% para o Ensino Médio e 7,5% para a Educação Infantil. O Ensino Superior fica com uma fatia de 15,5%, mas o gasto do governo com cada aluno de faculdade é, de longe, o mais elevado de todos os níveis de ensino: 12.322 reais anuais por cabeça, quase seis vezes mais do que o valor médio investido em um estudante das séries iniciais (2.166 reais). A diferença, que ainda é grande, vem caindo: em 2000, um universitário custava 11 vezes mais do que um aluno de 1ª a 4ª série.



180 reais Custo mensal de um aluno das séries iniciais.

60% Índice dos recursos da Educação usados para pagar professores, gestores e funcionários.

27% Parcela aplicada na manutenção das escolas.

6,6% Fatia destinada à construção e aos reparos das instalações.

0,4% Total investido na área de pesquisa em Educação.



Fonte: Inep/MEC. Dados de 2007



3. O país gasta o suficiente com o sistema de ensino?

As opiniões costumam se dividir. De um lado, ficam os que defendem que os recursos destinados à área são insuficientes - e que, se não houver incremento, será impossível vencer o desafio da qualidade do ensino. De outro, estão os que argumentam que o investimento já chegou a níveis suficientes - e o grande problema seria o gerenciamento adequado dessa verba. Na busca de pistas para a resposta, uma saída possível é comparar o investimento brasileiro com o de outros países. Na maioria desses confrontos, o Brasil sai perdendo, independentemente do critério adotado:



Gasto por aluno Para esse cálculo, a base de comparação é o ano de 2006, usado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que reúne as 30 nações mais desenvolvidas do mundo, em sua publicação Education at a Glance 2009 (algo como "Educação de Relance", sem edição no Brasil). Na pesquisa, o total anual gasto com cada estudante no Ensino Fundamental no Brasil foi o equivalente a apenas um quarto do valor dispendido pelos países da OCDE (respectivamente, 1.566 e 6.437 dólares PPP, medida que torna comparável o montante investido em cada país). Mesmo se considerarmos apenas a realidade nacional, o gasto público em Educação é pequeno. Em 2007, cada aluno do Ensino Fundamental de 1ª a 4ª série custou 2.166 reais. "Isso dá cerca de 180 reais por mês, um valor baixo em relação à mensalidade média de uma escola privada, que oscila na casa dos 500 reais. Mesmo que descontemos os eventuais lucros das instituições particulares, a comparação mostra que, com o montante gasto pelo governo, não dá para fazer milagre", diz Juca Gil, professor da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em políticas educacionais.



Porcentagem do PIB Em 2006, 3,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foram destinados à Educação Básica, valor superior à média da OCDE (3,7%). Aparentemente, levamos vantagem, mas há um ponto importante a considerar: a maioria das nações do bloco gasta apenas na manutenção dos sistemas, enquanto no Brasil ainda é preciso ampliar a oferta e recuperar infraestrutura e salários. "Se quisermos mudar de patamar, precisamos investir mais", afirma Juca Gil. Quanto? Novamente, as comparações ajudam. Para sair de uma situação parecida com a nossa, a Coreia do Sul dedicou, durante uma década, 10% do PIB à Educação.



Gasto público social Esse indicador considera os gastos governamentais no atendimento aos chamados direitos sociais: saúde, saneamento, habitação, previdência e, claro, Educação. Quanto maior o gasto da área, maior a importância relativa dela. No caso brasileiro, de cada 100 reais investidos em políticas sociais, 16 vão para a Educação. É um índice superior à média da OCDE (13%), mas menor que o de países latino-americanos, como o México (22%).



4. O Fundeb e o fim da DRU podem ser a solução?

Tanto o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) quanto o fim da Desvinculação de Recursos da União (DRU) injetam mais dinheiro no orçamento da Educação e podem gerar melhorias, mas dificilmente trarão condições suficientes para concretizar uma mudança radical em pouco tempo. Vamos explicar as duas iniciativas para avaliar seu impacto:



Fundeb Instituído em 2007, o Fundeb, que em 2009 deve alçancar 81 bilhões de reais, é abastecido por uma porcentagem de diversos impostos. Cada estado tem o seu Fundo. Depois de recolhida, a verba é repartida com as redes municipais e estaduais conforme o número de matrículas, a etapa e a modalidade de ensino. O cálculo é feito com base em um valor por aluno, estabelecido segundo esses critérios. Como exemplo, em 2009, o valor mínimo anual para cada aluno das séries iniciais do Ensino Fundamental está previsto em 1.350 reais.



A maioria dos estados consegue atingir (e ultrapassar) esse patamar com sua própria arrecadação. Quem não chega lá, entretanto, recebe ajuda do governo Federal, que transfere um complemento para compor o piso. Em 2009, nove estados precisaram ser auxiliados: Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí.



A tentativa de atenuar as desigualdades regionais, a definição de um valor mínimo por aluno e o controle da aplicação dos recursos (algumas despesas, como a remuneração dos professores, têm percentuais mínimos obrigatórios, que não podem ser modificados por governadores e prefeitos) são os méritos do Fundeb. O que alguns especialistas argumentam é que o tamanho da ajuda ainda não é o suficiente. De fato, em 2007, primeiro ano de vigência do Fundo, o percentual do PIB investido em Educação subiu apenas 0,2%, algo como 6 bilhões de reais. "Esses valores não permitem diminuir as disparidades nas condições de oferta educacional pelo país", afirma a pesquisadora Rosana Evangelista da Cruz, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), autora de tese de doutorado sobre a participação federal no financiamento da Educação.



Fim da DRU Instituída em 1994, a DRU permite ao governo federal gastar livremente 20% dos recursos orçamentários de qualquer área. Tradicionalmente, setores como a Educação acabam perdendo dinheiro. Se a prática for de fato extinta, o Ministério da Educação (MEC) prevê que a pasta disponha de mais 9 bilhões de reais no orçamento, que no ano que vem deve atingir 53 bilhões de reais (30% a mais que neste ano). A novidade, porém, depende da aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) - em tramitação no Congresso -, que prevê uma redução gradual dos recursos que podem ser retirados (12,5% em 2009, 5% em 2010 e zero em 2011).



sábado, 17 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sul do Pará: Educadores em pé de guerra

Sul do Pará: Educadores em pé de guerra

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Contra cheque zerado em Marabá


Falta de aviso não foi o prefeito de Marabá jurou vingar-se das vaias que recebeu na frente do presidente. Vaia a qual atribui apenas aos servidores da educação que não passavam de “meia dúzia de gatos pingados” dentro do local, pois os outros foram barrados pela segurança do presidente por estarem com faixas, nariz de palhaços e outros apetrechos não permitidos no evento. Segundo ele, o prefeito, foram os trabalhadores em educação quem orquestraram a vaia dele na frente do Lula. Se tivesse sido ele não deveria ter se vingado de maneira tão baixa e mesquinha. Agora pergunto o que será que ele vai fazer com os trabalhadores da saúde que também estavam lá e o vaiaram? Os sem tetos? Os garimpeiros?Os universitários? Os estudantes secundaristas? E os empresários? Será que só vai ter tronco para o pessoal da educação?
Lamentavelmente a ameaça, a perseguição e a retaliação são instrumentos muito bem utilizados pelo atual gestor de Marabá que, ultimamente, não senta pra negociar com ninguém nesse município e ainda diz-se um servo de Deus. Hoje os trabalhadores da educação em greve têm nas mãos a concretização das ameaças: “O CONTRA CHEQUE ZERADO”.
Em greve desde o dia 2 de junho os que se aventuraram a tirar o extrato do contra cheque custam a acreditar que tiveram seus direitos violados. O Ministério Público recomendou ao prefeito que não descontasse os dias parados e sentasse com os grevistas para por fim na greve, mas ele afrontou o Ministério Público mais uma vez, essa não é primeira, e mandou cortar o ponto dos trabalhadores da educação. Como já vinha fazendo desde o inicio de seu mandado afronta o Ministério Público e não atende a recomendação de uma promotora. Será que nessa Terra não existe "JUSTIÇA”? Nem a justiça divina parece que funciona contra esse prefeito.


quarta-feira, 23 de junho de 2010

GRUPO ATITUDE EMITE NOTA DE APOIO A GREVE DOS SERVIDORES DE MARABÁ

Todo apoio à greve dos servidores em Educação!
Que o governo Maurino Magalhães e seu secretário de educação negociem com a categoria e cumpra as suas reivindicações.

Nós, do Grupo Atitude somos um Movimento Social composto por militantes e ativistas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – LGBT de Marabá, nascido no calor das lutas em defesa da cidadania, dos direitos sociais e humanos. Defendemos também que todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e a segurança pessoal. A partir do momento em que esses direitos são violados, automaticamente a humanidade sofre como observamos de perto o grande descaso e desmazelo com os trabalhadores em Marabá.

A situação dos profissionais em Educação e Saúde em Marabá se tornou preocupante, deflagrando uma greve unitária desde o dia 02/06/2010 entre as categorias. Os trabalhadores estão lutando contra salários arrochados, incompatíveis com o PCCR; Plano de saúde para o servidor; melhoria nos postos de trabalhos e reformas nas escolas não permitindo uma vida digna aos profissionais.
O fato mais intrigante foi ver uma diretora da categoria com uma faca em mãos, lutando contra os servidores em greve. Pois essa mesma diretora, que em um evento do público LGBT estadual no ano passado que teve como objetivo o desenvolvimento das políticas públicas para a comunidade LGBT, retirou das mãos dos organizadores do evento, todas as chaves de acesso aos banheiros de forma truculenta, achando que o órgão público fosse de sua propriedade, deixando assim todos os militantes do Movimento LGBT do Estado do Pará constrangidos com sua ATITUDE! Além de pronunciar em alto e bom som de que o evento se “tratava de uma pouca vergonha” fato este que foi denunciado pelas lideranças durante a abertura do referido evento. Perguntamos a sociedade, de que forma vamos combater o preconceito, discriminação e violência contra a nossa comunidade de modo geral, com a nossa educação em crise? Sobre tudo a questão da homofobia.

A categoria deve reforçar e ampliar a sua mobilização, apenas a luta dos trabalhadores, garantirá a verdadeira vitória à categoria.

Pelo direito de greve dos trabalhadores!

Não à repressão! Mobilização permanente!

domingo, 20 de junho de 2010

CATEGORIA DE TRABALHADORES DE PARAUPEBAS UNIDA PRESSIONA E PREFEITO CEDE

A categoria de TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DE PARAUPEBAS recusou a proposta de reajuste do governo de 5,3%, decretou estado de greve desde o dia 1º de junho e organizou um movimento que ganhou as ruas de Parauapebas com cerca de 3 mil pessoas e aulas suspensas em todo o município . A Prefeitura Municipal de Parauapebas, através de sua Procuradora Geral, Drª Quésia Lustosa (foto), conseguiu uma liminar no dia 15 de junho, no TJ-PA, determinando que os professores da rede pública municipal retornem às aulas em 24 horas com pelo menos 75% do efetivo, sob a pena de multa diária de R$5.000,00 (cinco mil reais), até que seja julgado o mérito da ação. A liminar cita ainda que haja multa de R$1.000,00 (um mil reais) para qualquer ação que impeça aluno ou professor de participarem das aulas e autoriza a PMP a descontar os dias dos faltosos a partir do dia 16/06/2010.

No dia 17 de junho professores da rede municipal de ensino fizeram piquete na porta da Prefeitura de Parauapebas, vistoriando todos os veículos que de lá saiam. O objetivo era não deixar o prefeito Darci Lermen (PT) sair sem ouvir as reivindicações dos educadores parauapebenses.Só desocuparam quando o prefeito assinou um termo de compromisso garantindo que receberia os grevistas no outro dia.

Depois de quatro horas reunidos no dia 18, na busca de uma solução, SINTEPP e Prefeitura de Parauapebas entraram, finalmente, em acordo. A prefeitura concederá reajuste salarial de 6,49% (percentual dentro do limite prudente para que a gestão municipal não ultrapasse a barreira legal da Lei de responsabilidade fiscal), seis meses de licença maternidade, abono das faltas, volta da licença prêmio (retirada no governo da BEL), renovação de todos os contratos, discussão do PCCR, abertura de todas as contas da prefeitura para o SINTEPP se certificar da atual condição financeira do município e em contrapartida os professores retornarão ao trabalho na próxima segunda-feira(21/06/2010).
Com relação à ocupação do prédio da prefeitura, o prefeito Darci afirmou que em nenhum momento esteve em cárcere privado, e caso ocorresse acionaria a justiça para tomar as providências cabíveis. “Fiquei trabalhando no meu expediente normal, até 22 horas como todos os dias. Não me senti acuado, logo porque são trabalhadores fazendo suas reivindicações”, esclareceu.
Os professores tentaram entregar para o prefeito um abaixo-assinado, com 500 assinaturas, pedindo a demissão do Secretário Municipal de Educação Raimundo Neto. Entretanto, Darci Lermen não recebeu o documento, e afirmou que poderia até receber, mas não acataria a decisão da categoria.
O restante da pauta de reivindicações ficou para ser discutido posteriormente, em reuniões com a direção dos sindicatos e PMP, que serão ainda marcadas.
Adaptado de :www.zedudu.com.br + informações da sub sede.

domingo, 23 de maio de 2010

ENSINO MÉDIO DE MARABÁ EM GREVE


Os Trabalhadores em Educação da Rede Estadual decretaram greve geral desde o dia 7 de maio. Em Marabá os trabalhadores em educação aderiram a greve no dia 10 de maio. Nos dias 11 e 12 fizeram reuniões nas escolas com a comunidade para esclarecer os motivos da greve e se comprometeram em fazer reposição das aulas caso não haja desconto dos dias parados. Apartir de 13 de maio todas as atividades das escolas foram suspensas e no dia 14 houve uma assembléia da cateoria para construir a agenda da greve. Dia 24 terá uma nova assembléia na escola JUDITH GOMES LEITÃO para avaliar a greve e deliberar sobre as próximas ações.